Servidor protesta contra Lei Delegada
LUCIANE LISBOA
Na tentativa de pressionar os deputados a não aprovarem a Lei Delegada (que dá carta branca ao governador Aécio Neves (PSDB) para elaborar leis e alterar a estrutura da administração direta e indireta do Estado), na tarde de ontem, mais de 200 servidores públicos lotaram o auditório da Assembléia Legislativa.
Eles foram acompanhar a reunião da Comissão de Administração Pública, onde o projeto estava sendo avaliado em caráter de urgência. Com gritos e palavras de ordem, os servidores fizeram algazarra e tumultuaram o trabalho dos deputados durante a sessão, que precisou ser interrompida três vezes por causa do barulho.
Não somos favoráveis à aprovação dessa lei. É muito perigoso dar tamanho poder ao Executivo, que vai poder mexer em todas as esferas da administração pública. Isso cabe ao Legislativo. Esperamos que os deputados façam sua parte e não aprovem essa lei, disse o coordenador do Sindicato dos Servidores Públicos do Estado, Renato Barros.
No entanto, a mobilização dos servidores não foi suficiente para evitar que a comissão desse andamento aos trabalhos. Assim como fez Dalmo Ribeiro (PSDB) na Constituição e Justiça, Fahim Sawan (PSDB), relator do projeto na Comissão de Administração Pública, distribuiu avulsos da matéria para os demais integrantes da comissão.
A manobra, mais uma vez evitou que a oposição pedisse vista, adiando a votação da proposta por pelo menos 24 horas. Com a iniciativa de Sawan, a reunião foi suspensa por seis horas, e remarcada para às 22h15. Até o fechamento desta edição, a reunião da Comissão de Administração Pública ainda não havia sido encerrada.
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