Vacina tríplice viral da UFSC tem bons resultados e possibilidade real de uso, diz Gean

Prefeito de Florianópolis se reuniu com pesquisadores durante esta terça (9), e ensaia utilizar vacina na população mais jovem, como modo de ganhar tempo

EDUARDO VARGAS, FLORIANÓPOLIS
09/03/2021

O prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (DEM), considerou os resultados dos efeitos da Tríplice viral contra a Covid-19 como “animadores”, afirmando que há “possibilidade real” de a capital catarinense usar a vacina.

A fala, nas redes sociais, se dá após reunião com os professores da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) durante esta terça-feira (9), que incluiu o coordenador da pesquisa, o médico Edison Natal Fedrizzi.

Prefeito se reuniu com pesquisadores durante terça (9). “Vamos aguardar a publicação oficial da pesquisa, a análise pelos pares, e, em caso positivo, preparar uma estratégia para as próximas semanas”, disse – Foto: Divulgação/PMF/ND

Uma dose da vacina seria eficaz por seis meses, ao passo que uma dose dupla é válida por um ano, o que o mandatário considerou como um ganho de “tempo precioso”.

Os resultados analisados demonstram uma eficácia de 76% contra casos mais graves de internação hospitalar e de 42% contra os sintomas em casos mais leves. A eficácia da Coronavac, por exemplo, é de  50,38% para sintomas, e 100% para casos graves.

Segundo o mandatário, a ideia é utilizar o imunizante em maiores de 18 anos, que demorariam mais para receber a dose da Covid-19, considerando a fila de prioridades que, atualmente é encabeçada por idosos e trabalhadores da saúde.

Um dos pontos levantados foi que trata-se da parcela da população que é justamente a que mais contagia, já que é a mais ativa e a mais infectada atualmente.

“Vamos aguardar a publicação oficial da pesquisa, a análise pelos pares, e, em caso positivo, preparar uma estratégia para as próximas semanas. Parabéns a nossa UFSC e aos professores envolvidos”, disse Gean.

Vacina tríplice viral é oferecida pelo SUS desde 1992

O imunizante é oferecido pelo SUS (Sistema Único de Saúde) desde 1992, sendo presente no calendário de vacinação, podendo ser responsável pela redução de 76% no número de internações hospitalares pela Covid-19, segundo as análises.

“Alguma coisa tem que ser feita de diferente. Os jovens e adultos são os principais transmissores da doença, pois são os que mais circulam, e vai demorar para esse público ser imunizado”, diz o médico Edison Natal Fedrizzi, que coordena a pesquisa.

De acordo com o pesquisador, os estudos são realizados desde o ano passado, mas ainda não contava com o número suficiente de pacientes para resultados significantes.

Em fevereiro de 2021, portanto, o estudo teve sua primeira fase concluída com números animadores e confiáveis, de acordo com Fedrizzi.

“Vamos enviar um parecer para o Estado com os resultados. É uma análise interina, mas os números finais indicam que 76% do grupo que recebeu essa vacina não será internado em hospitais, e 53% das pessoas vacinadas que foram contaminadas com o vírus não desenvolveram nenhum tipo de sintoma.”

Dive aguarda os resultados

Procurada pela reportagem do ND+, a Dive (Diretoria de Vigilância Epidemiológica) informou, por meio de nota, que ainda aguarda o envio dos dados sobre a eficácia da tríplice viral.

“A Dive aguarda o envio dos resultados do estudo realizado pela UFSC, para compreender os benefícios do uso da vacina tríplice viral. No momento, essa vacina é utilizada no calendário de imunização de rotina, visando a proteção contra o sarampo, rubéola e caxumba”, diz a nota.

Tríplice viral não substitui vacina específica

Vale ressaltar que a tríplice viral é uma opção de imunizante emergencial e temporário para a Covid-19, e não descarta a necessidade da vacina específica.

No entanto, visto que as vacinas da Covid-19 não foram testadas ainda em alguns públicos, como crianças e lactantes, a tríplice viral pode ser uma esperança.

“As crianças em geral receberam a tríplice viral há pouco tempo, e elas são o grupo que tem a melhor eficácia contra a Covid-19. Alguns estudos científicos indicam que esse pode ter sido o motivo”, diz Fedrizzi.

“Para lactantes, a tríplice viral comprovadamente não oferece perigos, e pode ser o caminho para imunização desse grupo também”, continua.

Já para as gestantes, ela é contra indicada, visto que grávidas não podem receber vacinas de vírus ou bactérias vivas. Neste caso, o mais indicado é aguardar testes oficiais das vacinas específicas da Covid-19, ressalta o pesquisador.

Fonte: Portal nd+ – https://ndmais.com.br/saude/vacina-triplice-gean-florianopolis-covid-19/

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